No mundo das viagens, duas emoções têm ganhado destaque na forma como escolhemos e vivemos nossas experiências: o FOMO (Fear of Missing Out – Medo de Estar Perdendo Algo) e o JOMO (Joy of Missing Out – Alegria de Estar Perdendo Algo). Esses conceitos refletem tendências contrastantes que impactam diretamente o comportamento dos viajantes e a forma como o turismo está se adaptando a essas demandas.
FOMO: O Medo de Perder
O FOMO é alimentado por redes sociais, onde vemos constantemente destinos deslumbrantes, aventuras emocionantes e momentos perfeitos compartilhados por outros. No turismo, ele se traduz na busca por experiências que nos conectem a esses cenários “imperdíveis”. Esse comportamento leva muitos a:
- Planejar viagens repletas de atividades para “aproveitar tudo”.
- Escolher destinos populares ou “da moda” para compartilhar momentos semelhantes aos de seus amigos ou influenciadores. Exemplo: Orlando e Disney, Paris, Inglaterra, Rio de Janeiro (capital).
- Sentir ansiedade ao pensar que estão deixando de vivenciar algo especial – Esse é um tipo de viajante que compara sua experiência e gosta de compartilhar com os outros a seu redor.
O FOMO estimula a comparação e incentiva o compartilhamento de fotos e momentos nas redes sociais, onde muitas vezes as aparências ganham mais destaque do que a qualidade das experiências vividas. Essa abordagem pode levar a viagens excessivamente planejadas, com roteiros sobrecarregados e muitos destinos em um curto espaço de tempo. Como resultado, sobra pouco espaço para relaxamento, espontaneidade e a vivência de experiências realmente autênticas.
JOMO: A Alegria de Perder
Ao deixar de lado o “turismo de ostentação”, o JOMO surge como algo além de uma tendência passageira: representa uma transformação no comportamento dos viajantes. A ideia de JOMO ganhou destaque a partir do relatório Unpack ’25, uma análise anual de tendências no setor de viagens elaborada pela Expedia, que também é responsável por marcas como Hotels.com e Vrbo.
Segundo o relatório, 63% dos entrevistados afirmaram que provavelmente escolheriam um destino menos popular e menos movimentado para a próxima viagem. Além disso, 62% revelaram interesse em buscar experiências mais tranquilas e autênticas, longe das multidões. Com essa nova perspectiva, o turismo em 2025 desponta como uma chance de resgatar o verdadeiro prazer de viajar, onde abrir mão e se desconectar se tornam os maiores ganhos.
Além disso, essa abordagem valoriza a profundidade das experiências em vez do número de atrações visitadas, traduzindo uma atitude mais consciente e sustentável.
Os viajantes adeptos do JOMO buscam?
- Destinos tranquilos e menos conhecidos, longe das multidões. Exemplo: Norte da Noruega, Japão Rural, Bonito e Pantanal (Mato Grosso do Sul), Boipeba (Bahia), dentre outros.
- Momentos de descanso e reconexão pessoal, como retiros de bem-estar, turismo rural ou slow travel.
- Uma relação mais saudável com a tecnologia, evitando a necessidade de postar tudo nas redes sociais.
O Equilíbrio no Turismo
Embora FOMO e JOMO sejam tendências opostas, ambos têm algo em comum: o desejo de criar memórias e experiências únicas. Se você trabalha com turismo, fique atento ao lidar com sua carteira de clientes:
- Personalize seus roteiros de acordo com cada perfil: Tenha flexibilidade caso seu cliente seja quem busca atividades intensas ou quem prefere relaxar e se sentir desconectado durante a viagem.
- Com a personalização, busque alcançar a autenticidade e deixe de lado antigas crenças na hora de sugerir um destino, permitindo seus sintam-se confiantes em compartilhar com você o que realmente buscam.
- Para alcançar um novo público que surge com a JOMO, estude sobre destinos (nacionais e internacionais) que sejam menos conhecidos e foque em suas práticas sustentáveis ou experiências de bem estar para equilibrar as demandas.
Aqui no Bureau Mundo reforçamos a necessidade de focar em preservar recursos naturais e culturais. Então embarque nas tendências sem esquecer do que realmente importa: práticas de turismo mais responsáveis!